O tratamento da obesidade é feito através de alimentação específica. Atualmente na linha veterinária existem diversos alimentos para o tratamento da obesidade, alguns auxiliam na perca de peso e outros na manutenção do peso ideal. No entanto, é necessário que a quantidade de ração
definida para o animal seja pesada, e fornecida na quantidade certa dividida em pelo menos três refeições. Além disso, petiscos ou outros tipos de alimento estão
proibidos nessa fase de emagrecimento, exceto petiscos específicos que auxiliem no emagrecimento.
Grande parte dos cães obesos que vão a clínica estão comendo alimento inadequado para sua fase de vida e por isso acabam se tornando obesos. Atentem sempre para isso, animal adulto não pode comer ração de filhote!!
Existem no mercado também produtos específicos para auxiliar no emagrecimento, esses produtos são de fácil administração sendo todos por via oral (líquido, pasta ou palito).
Assim como em qualquer
dieta, a prática de exercícios é fundamental. No entanto, o animal deve passar por uma avaliação com um veterinário especialista ou que trabalhe
com obesidade. As
orientações devem ser seguidas e a perda de peso não pode ser
brusca e sim gradual.
Exames complementares são necessários mesmo nos animais jovens, dentre os exames podem ser citados: Hemograma Completo, ALT, AST, Uréia, Creatina, Triglicerídeos, Eletrocardiograma, Ecocardiograma e Raio-X de tórax. Esses exames são necessarios são de triagem, mesmo assim a causa da obesidade deve ser sempre investigada pois doenças metabólicas podem cursar com obesidade.
Muitos cães obesos são cardíacos e precisam ter os
seus exercícios monitorados. Os exercícios e brincadeiras ajudam a
diminuir a ansiedade do animal que é muitas vezes descontada na
comida.
A prevenção é a
melhor maneira de tratar a obesidade. Os cães e gatos devem ser
alimentados de maneira que permita a manutenção de um peso ideal.
Um alimento rico em gordura, que está sendo fornecido a um animal
sedentário deve ser racionado de maneira muito rigorosa. O
fornecimento de petiscos, doces, ou restos de refeições ao animal
de estimação é um acréscimo calórico, devendo ser reduzido na
mesma proporção da ração diária consumida pelo animal.
O ideal é que os
animais em tratamento percam de a 1 a 3% do seu peso atual por
semana. Deve-se lembrar que a principal causa do insucesso do
tratamento é a desistência do proprietário. Por isso, o ideal é
que o monitoramento do paciente seja realizado de forma regular, para
que cão e principalmente o dono, se mantenham motivados.
Meu animal vai passar fome?? Não, se a dieta for feita de forma adequada e com a supervisão de um profissional, seu animal não deverá passará fome. O que pode ocorrer é que o animal não se adeque a nova ração ou se houver mais animais na casa a dificuldade seja maior. Animais que recebem muitos petiscos durante o dia ou que não se alimentam somente de ração são os que mais rejeitam o tratamento e portanto nesses casos o monitoramento deverá ser maior.
Exercício físico
O exercício
físico, quando usado em combinação com terapia dietética promove
perda de gordura e pode ajudar na preservação do tecido magro
durante a terapia de perda de peso.
Qualquer
animal de qualquer idade deve fazer exercícios físicos, mas sempre
com moderação e de forma adequada.
Fazer com que um animal
escale a parede, corra em piso liso, pule em excesso, não é
considerado um exercício adequado, e pode causar vários danos na
saúde do animal; sendo muito comum a ocorrência de ruptura de ligamento
cruzado, luxação de patela, displasia coxo-femoral, entre outras
patologias. Quanto mais obeso o animal, maior a dificuldade de andar,
e mais preguiçoso e sonolento vão ficar. O peso a mais faz com
que tenham dificuldade de respirar quando se movem e o exercício
começa a ser demasiado penosos para os pulmões e coração do cão.
Uma
maior carga de exercícios diários também ajuda, mas não se deve
querer que o cão perca todo o peso em excesso de uma só vez
submetendo-o a uma sessão exagerada de exercícios, o cão obeso se
cansa e perde o fôlego rapidamente, e os exercícios devem ser
moderados e freqüentes. Um bom programa de exercícios deve ser
iniciado lentamente.
As
brincadeiras são também uma ótima forma de exercitar o cão.
Brincar com um pedaço de madeira ou bola costuma ser bastante popular entre
a maior parte das raças de cães, não sendo demasiado cansativo
para o dono.
O objetivo básico
do tratamento da obesidade é criar uma situação de balanço
energético negativo.
A fisioterapia
veterinária apresenta exercícios físicos como a forma mais
eficiente de aumentar o gasto energético em cães com sobrepeso.
ALONGAMENTO*
O alongamento é uma
das técnicas usadas em animais com sobrepeso, pois muitos desses
animais apresentam alterações posturais e encurtamentos musculares
devido à atividades que a obesidade limita desenvolverem e também
devido às dores articulares causadas pelo excesso de peso.
O alongamento torna
o músculo mais elástico e flexível, diminui as tensões musculares
e leva ao relaxamento corporal.
*Esta técnica deve sempre ser feita por um profissional habilitado, o uso por pessoa não habilitadas pode causar riscos a saúde do animal.
EXERCÍCIOS ATIVOS
São importantes
componentes no tratamento da obesidade, pois geram força muscular,
aumento da potência muscular aeróbica (que serão necessários nos
exercícios aeróbicos, como nas caminhadas), coordenação,
flexibilidade, além de também auxiliarem nos sistemas orgânicos
como o osteoarticular (o exercício gera resistência e portanto
maior estabilidade nas articulações que carregam o peso extra),
cardiovascular e respiratório.
CAMINHADA/ESTEIRA SECA
Recomenda-se o uso
de uma esteira, inicialmente no tratamento, devido à diminuição do
impacto nas articulações destes animais que muitas vezes apresentam
dores articulares. O uso da esteira seca deve ser feito sob a supervisão de um profissional habilitado.
NATAÇÃO**
Na natação, o animal se
encontra praticamente submerso tendo que movimentar os quatro membros
constantemente para manter-se na superfície. Devido a caixa torácica
estar totalmente envolvida pela água, o animal tem que realizar uma
força maior para a inspiração sendo um ótimo exercício para um
condicionamento cardiorrespiratório.
Os principais
benefícios da natação são: melhorar a capacidade
cardiorrespiratória, melhorar o retorno venoso e o débito cardíaco,
manter o tônus muscular e a amplitude de movimento das articulações
e evitar a descarga de peso sobre as estruturas do aparelho
locomotor.
*Esta técnica deve sempre ser feita por um profissional habilitado, o uso por pessoa não habilitadas pode causar riscos a saúde do animal.
** Em algumas doenças ou patologias a natação é contraindicada, como por exemplo na displasia coxofemoral. Procure sempre um especialista na área.
HIDROESTEIRA*
Quanto mais
submerso o animal estiver, mais leve ele ficará e maior será a sua
resistência ao movimento. Os grupos musculares utilizados e a
postura são bastante semelhante aos do trabalho de solo. A caixa
torácica não se encontra sob intensa pressão da água, portanto não
propricia um condicionamento cardiorrespiratório como a natação.
Os benefícios são:
redução do peso do animal e, consequentemente, do impacto sobre as
articulações, fortalecimento muscular, manutenção da amplitude de
movimento das articulações e melhora da coordenação e do
equilíbrio.
*Esta técnica deve sempre ser feita por um profissional habilitado, o uso por pessoa não habilitadas pode causar riscos a saúde do animal.