quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Obesidade: Fisioterapia e Reabilitação visando o emagrecimento de pacientes obesos - Parte 2 de 2

O tratamento da obesidade é feito através de alimentação específica. Atualmente na linha veterinária existem diversos alimentos para o tratamento da obesidade, alguns auxiliam na perca de peso e outros na manutenção do peso ideal. No entanto, é necessário que a quantidade de ração definida para o animal seja pesada, e fornecida na quantidade certa dividida em pelo menos três refeições. Além disso, petiscos ou outros tipos de alimento estão proibidos nessa fase de emagrecimento, exceto petiscos específicos que auxiliem no emagrecimento. 

Grande parte dos cães obesos que vão a clínica estão comendo alimento inadequado para sua fase de vida e por isso acabam se tornando obesos. Atentem sempre para isso, animal adulto não pode comer ração de filhote!!



Existem no mercado também produtos específicos para auxiliar no emagrecimento, esses produtos são de fácil administração sendo todos por via oral (líquido, pasta ou palito).

Assim como em qualquer dieta, a prática de exercícios é fundamental. No entanto, o animal deve passar por uma avaliação com um veterinário especialista ou que trabalhe com obesidade. As orientações devem ser seguidas e a perda de peso não pode ser brusca e sim gradual. Exames complementares são necessários mesmo nos animais jovens, dentre os exames podem ser citados: Hemograma Completo, ALT, AST, Uréia, Creatina, Triglicerídeos, Eletrocardiograma, Ecocardiograma e Raio-X de tórax. Esses exames são necessarios são de triagem, mesmo assim a causa da obesidade deve ser sempre investigada pois doenças metabólicas podem cursar com obesidade.


Muitos cães obesos são cardíacos e precisam ter os seus exercícios monitorados. Os exercícios e brincadeiras ajudam a diminuir a ansiedade do animal que é muitas vezes descontada na comida.
A prevenção é a melhor maneira de tratar a obesidade. Os cães e gatos devem ser alimentados de maneira que permita a manutenção de um peso ideal. Um alimento rico em gordura, que está sendo fornecido a um animal sedentário deve ser racionado de maneira muito rigorosa. O fornecimento de petiscos, doces, ou restos de refeições ao animal de estimação é um acréscimo calórico, devendo ser reduzido na mesma proporção da ração diária consumida pelo animal.

O ideal é que os animais em tratamento percam de a 1 a 3% do seu peso atual por semana. Deve-se lembrar que a principal causa do insucesso do tratamento é a desistência do proprietário. Por isso, o ideal é que o monitoramento do paciente seja realizado de forma regular, para que cão e principalmente o dono, se mantenham motivados.

Meu animal vai passar fome?? Não, se a dieta for feita de forma adequada e com a supervisão de um profissional, seu animal não deverá passará fome. O que pode ocorrer é que o animal não se adeque a nova ração ou se houver mais animais na casa a dificuldade seja maior. Animais que recebem muitos petiscos durante o dia ou que não se alimentam somente de ração são os que mais rejeitam o tratamento e portanto nesses casos o monitoramento deverá ser maior.



Exercício físico

O exercício físico, quando usado em combinação com terapia dietética promove perda de gordura e pode ajudar na preservação do tecido magro durante a terapia de perda de peso.

Qualquer animal de qualquer idade deve fazer exercícios físicos, mas sempre com moderação e de forma adequada. 

Fazer com que um animal escale a parede, corra em piso liso, pule em excesso, não é considerado um exercício adequado, e pode causar vários danos na saúde do animal; sendo muito comum a ocorrência de ruptura de ligamento cruzado, luxação de patela, displasia coxo-femoral, entre outras patologias. Quanto mais obeso o animal, maior a dificuldade de andar, e mais preguiçoso e sonolento vão ficar. O peso a mais faz com que tenham dificuldade de respirar quando se movem e o exercício começa a ser demasiado penosos para os pulmões e coração do cão.
  
Uma maior carga de exercícios diários também ajuda, mas não se deve querer que o cão perca todo o peso em excesso de uma só vez submetendo-o a uma sessão exagerada de exercícios, o cão obeso se cansa e perde o fôlego rapidamente, e os exercícios devem ser moderados e freqüentes. Um bom programa de exercícios deve ser iniciado lentamente.

As brincadeiras são também uma ótima forma de exercitar o cão. Brincar com um pedaço de madeira ou bola costuma ser bastante popular entre a maior parte das raças de cães, não sendo demasiado cansativo para o dono.



O objetivo básico do tratamento da obesidade é criar uma situação de balanço energético negativo.
A fisioterapia veterinária apresenta exercícios físicos como a forma mais eficiente de aumentar o gasto energético em cães com sobrepeso.

ALONGAMENTO*

O alongamento é uma das técnicas usadas em animais com sobrepeso, pois muitos desses animais apresentam alterações posturais e encurtamentos musculares devido à atividades que a obesidade limita desenvolverem e também devido às dores articulares causadas pelo excesso de peso.
O alongamento torna o músculo mais elástico e flexível, diminui as tensões musculares e leva ao relaxamento corporal.



*Esta  técnica deve sempre ser feita por um profissional habilitado, o uso por pessoa não habilitadas pode causar riscos a saúde do animal.

EXERCÍCIOS ATIVOS

São importantes componentes no tratamento da obesidade, pois geram força muscular, aumento da potência muscular aeróbica (que serão necessários nos exercícios aeróbicos, como nas caminhadas), coordenação, flexibilidade, além de também auxiliarem nos sistemas orgânicos como o osteoarticular (o exercício gera resistência e portanto maior estabilidade nas articulações que carregam o peso extra), cardiovascular e respiratório.

CAMINHADA/ESTEIRA SECA


Recomenda-se o uso de uma esteira, inicialmente no tratamento, devido à diminuição do impacto nas articulações destes animais que muitas vezes apresentam dores articulares. O uso da esteira seca deve ser feito sob a supervisão de um profissional habilitado.


 
NATAÇÃO**

Na natação, o animal se encontra praticamente submerso tendo que movimentar os quatro membros constantemente para manter-se na superfície. Devido a caixa torácica estar totalmente envolvida pela água, o animal tem que realizar uma força maior para a inspiração sendo um ótimo exercício para um condicionamento cardiorrespiratório.
Os principais benefícios da natação são: melhorar a capacidade cardiorrespiratória, melhorar o retorno venoso e o débito cardíaco, manter o tônus muscular e a amplitude de movimento das articulações e evitar a descarga de peso sobre as estruturas do aparelho locomotor. 



*Esta  técnica deve sempre ser feita por um profissional habilitado, o uso por pessoa não habilitadas pode causar riscos a saúde do animal.
** Em algumas doenças ou patologias a natação é contraindicada, como por exemplo na displasia coxofemoral. Procure sempre um especialista na área.
 
HIDROESTEIRA*
Quanto mais submerso o animal estiver, mais leve ele ficará e maior será a sua resistência ao movimento. Os grupos musculares utilizados e a postura são bastante semelhante aos do trabalho de solo. A caixa torácica não se encontra sob intensa pressão da água, portanto não propricia um condicionamento cardiorrespiratório como a natação.
Os benefícios são: redução do peso do animal e, consequentemente, do impacto sobre as articulações, fortalecimento muscular, manutenção da amplitude de movimento das articulações e melhora da coordenação e do equilíbrio.


*Esta  técnica deve sempre ser feita por um profissional habilitado, o uso por pessoa não habilitadas pode causar riscos a saúde do animal.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Obesidade: Fisioterapia e Reabilitação visando o emagrecimento de pacientes obesos - Parte 1 de 2

Nessa primeira parte, falarei do problema que é a obesidade. Na segunda parte, falarei mais sobre o tratamento atráves de dieta e exercícios fisioterápicos assistidos.



A obesidade é a forma mais comum de má nutrição de cães e gatos. Os proprietários dificilmente a reconhecem como uma alteração clínica que possa trazer graves conseqüências a seus animais, sendo capaz de deteriorar funções corporais e prejudicar a saúde e o bem estar animal. É necessário tratar a obesidade como qualquer outra enfermidade.

As exigências energéticas variam muito entre cães e gatos. Alguns precisam em torno de 20% a mais ou a menos das quantidades recomendadas pelos fabricantes de alimentos para animais. Nas raças sensíveis e nos animais castrados, talvez seja importante fornecer cerca de 80% das quantidades recomendadas inicialmente e, depois ajustar progressivamente para que o animal mantenha uma boa condição física, além de fornecer uma dieta adequada a condição.

A obesidade trata-se de uma condição patológica caracterizada por um acúmulo de gordura maior que o necessário para otimização das funções do corpo, suficiente para deteriorá-las e prejudicar a boa saúde e o bem-estar animal. 



Pode-se chamar de sobrepeso, quando se tem até 15% acima do peso ótimo, e de obesidade, quando esse excesso ultrapassa esse valor, sendo fácil observar cães com 50%, ou mais, acima do peso ideal. O principal problema desses animais com sobrepeso é que os proprietários não o reconhecem como um peso anormal. Estima-se que 25 a 35% dos cães e gatos estão acima do peso e, em alguns países, a prevalência atinge 40% dos animais de meia idade. 

Obesidade é mais comum em fêmeas do que em machos. Em decorrência da menor concentração de hormônios androgênicos, as fêmeas têm menor taxa metabólica basal, o que as predispõem ao aumento de peso. 

Os efeitos físicos de carregar um excesso de peso colaboram para o aparecimento de problemas articulares e locomotores e para o desenvolvimento de artrite, contribuindo para que o animal venha a apresentar intolerância ao exercício. A complicação das injúrias articulares conduz a uma redução de mobilidade e de gasto energético podendo dar início a um ciclo causa-efeito-causa, que piora, progressivamente, tanto a obesidade quanto a injúria articular.

Cães com sobrepeso tem maior risco de desenvolver pancreatite, câncer de bexiga e de mama. Gatos obesos são propensos a diabetes melito, problemas musculoesqueléticos e claudicação, dermatite não alérgica, doença do trato urinário inferior e lipidose hepática.



Estudos mostram forte associação entre o excesso de gordura e a osteoartrite coxofemoral em cães com predisposição a displasia. Cães com restrição calórica apresentaram menor grau de displasia coxofemoral e ocorrência menor de osteoartrite na articulação coxofemoral e em outras articulações. Além disso, tais cães viveram por um período mais longo sem necessitar de tratamento para osteoartrite, sendo seu tempo de vida significativamente maior. A perda de peso em cães com sobrepeso, com evidências radiográficas de osteoartrite, está associada à redução significativa de claudicação. Indicando que a redução de peso melhora os sinais clínicos da osteoartrite. 

A prevenção da obesidade é o objetivo principal da alimentação de cães e gatos. Sendo que o principal objetivo no tratamento da obesidade de cães e gatos é propiciar menor consumo diário de calorias pelo animal e/ou aumentar o seu gasto energético diário. Monitorar o progresso é fundamental, e devem ser agendadas reavaliações regulares. 



Procure sempre a avaliação de um Médico Veterinário, somente ele é capaz de prescrever uma dieta adequada. Os exercícios fisioterápicos assistidos serão o assunto para a próxima postagem e, juntamente com a dieta auxiliam na perca de peso de forma ideal e sem prejudicar as articulações e o conforto geral do seu animal.

*Parte do trabalho de Pós-Graduação feito em grupo com Camila Borelli, Ramille Marques e Manuela Pinchemel, UNIP/IBRAVET.  **Complementado com novos textos.


sábado, 11 de agosto de 2012

Principais indicações fisioterápicas para cães e gatos

A fisioterapia veterinária é uma área de atuação exclusiva do médico veterinário e está diretamente ligada a ortopedia. Grande parte dos casos fisioterápicos são casos ortopédicos, porém há exceções.

 A fisioterapia pode ser utilizada para:
Eletroterapia em cão com problema de hérnia
- Prevenir patologias ortopédicas;
- Auxiliar no pré e pós operatório;
- Eliminar ou aliviar sequelas pós-operatórias;
- Eliminar ou diminuir a utilização de medicamentos;
- Adiar ou cancelar cirurgias ortopédicas;
- Tratar patologias ortopédicas não cirúrgicas;
- Proporcionar uma boa qualidade de vida ao animal;
- Alongamento antes e após exercícios;
- Correção postural;
- Correção de exercícios;
- Correção de atrofias em geral (articulares ou musculares);
- Auxílio no retorno das funções normais;
- Prevenção de aderências;
- Auxílio na cicatrização óssea e de tecidos moles;


Indicações Gerais

Coluna Vertebral

- Fraturas;
- Luxações;
- Hérnia de Hansen tipo I e II;
- Paresias;
- Paralisias;
- Tetraparesias;
- Síndrome de Wobbler ou Espondilomielopatia Cervical Caudal;
- Síndrome da Cauda Equina;
- Embolia fibrocartilaginosa;
- Discoespondilite;
- Instabilidade atlantoaxial;
- Hemivértebras;
- Vértebra de transição;
- Fusão vertebral;
- Espinha bífida, dentre outros.

As setas indicam os locais das hérnias

Ombro
- Luxações;
- Fraturas;
- Osteocondrite dissecante do úmero;
- Tenossinovite biceptal;
- Contratura da musculatura supraespinhosa e infraespinhosa;
- Artrose;
- Ruptura/Avulsão do tendão do músculo bíceps braquial;
- Não-união do processo ancôneo;
- Fragmentação do Processo Coronoide;
- Não-união do Epicôndilo medial do úmero;
- Luxação traumática ou congênita;
- Osteocondrite dissecante do côndilo medial do úmero;
- Artrose, dentre outros.

Carpo
- Lesões traumáticas;
- Hiperextensão carpal;
- Lesões ligamentares, dentre outros.

Articulação coxofemoral

- Displasia Coxofemoral;
- Excisão de cabeça e colo femorais;
- Necrose Asséptica da cabeça do fêmur;
- Redução de luxação coxofemoral;
- Prótese de quadril.

Animal com luxação coxofemoral esquerda (radiografia pré-cirúrgica) e displasia coxofemoral direita


 Articulação Fêmoro-Tíbio-Patelar

- Ruptura de Ligamento Cruzado;
- Luxação de Patela;
- Artrose, dentre outros.







Animal com luxação de patela no membro direito

Tarso

- Luxações;
- Fraturas.

Outras Patologias

- Lesões tendíneas e ligamentosas;
- Fraturas patológicas;
- Cicatrização de feridas;
- Artropatias;
- Correção de aprumos;
- Lesões neurológicas, dentre outras.


Outras doenças podem necessitar de fisioterapia, principalmente as que o animal se tornar obeso. A fisioterapia também pode ser utilizada em cães atletas para condicionamento físico e cardiorespiratório.
As patologias aqui citadas são as mais comuns, portanto, existe outras que aqui não foram relatadas. A intenção e alertar os colegas e proprietários para os casos em que a fisioterapia pode colaborar com a saúde e melhorar a qualidade de vida do animal.
Procure sempre um veterinário, em alguns casos a avaliação de um especialista é essencial.


terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fisioterapia e Reabilitação do Paciente Felino

Fisioterapia e Reabilitação é um campo que vem crescendo rápido na medicina veterinária. Pacientes felinos na fisioterapia e reabilitação são ainda em número menor quando comparado com os cães. Esta pode ser uma consequência da falsa crença de que os gatos não são tratáveis com os métodos tradicionais de fisioterapia por causa do seu comportamento. 

Exame clínico e fisioterápico
 
Antes de iniciar um programa de fisioterapia, um exame clínico completo deve ser realizado. Não se deve iniciar um programa de reabilitação sem o diagnóstico clínico. Convém salientar que mesmo o animal sendo encaminhado por um clínico geral ou ortopedista, se faz necessário o exame fisioterápico por parte do fisioterapeuta. Além disso, deve ser dada atenção importante para o exame físico e métodos de imagem para aprimorar ainda mais o diagnóstico.

- Condição muscular geral, simetria e tônus: Gatos mais velhos ou gatos que foram submetidos a tempo prolongado de imobilização, como gatos presos em gaiolas e com movimentos restritos, muitas vezes mostram atrofia e diminuição da força muscular. A massa muscular do gato pode ser medida com o auxílio de uma fita métrica, mas é de grande importância que se faça a medida de circunferência do membro sempre no mesmo local. Nos casos de distúrbios neurológicos, o tônus muscular pode estar diminuído ou aumentado. Espasmos musculares dolorosos que ocorrem secundariamente a distúrbios ortopédicos e neurológicos podem também ser detectados durante a avaliação.

- Amplitude de movimento passivo das articulações: É o meio mais confortável que uma articulação pode ser movida por meio de um fisioterapeuta sem resistência ou sinais de desconforto. A amplitude de movimento pode ser medida com um goniômetro.

Recomendações especiais quanto ao paciente felino na fisioterapia:

- Em geral, os gatos são menos tolerantes do que os cães e, portanto, é mais difícil de realizar exercícios com eles.

- Os gatos são relativamente impacientes e ficam rapidamente entediados. Portanto, o tempo de sessão deve ser o mais curto possível além de oferecer uma maior variedade de atividades.

- As características comportamentais dos gatos, como jogar e caçar, podem ser usadas para desenvolver exercícios ativos.

- Nem todos os tratamentos são tolerados por todos os gatos. Alguns gatos gostam de eletroterapia ou tratamento de ultrassom, outros não. Portanto, cada tratamento deve ser introduzido com cuidado para evitar lesões no paciente e terapeuta.

- Alguns gatos toleram a hidroterapia. No entanto, para a maioria dos gatos este procedimento causa estresse elevado e deve ser utilizado apenas como última opção.

Técnicas fisioterápicas

Massagem
 
A massagem tem sido comprovada como uma modalidade de tratamento eficaz em várias condições e é frequentemente recomendada para a reabilitação de pequenos animais. Existem diferentes técnicas de massagem descritas na literatura.
 
As massagem são indicadas para a melhoria dos espasmos musculares secundárias a lesões músculo-esqueléticas, aumentando o fluxo sanguíneo, aumentando a elasticidade dos tendões e ligamentos, melhora articulações e a função muscular, e evitar aderências do tecido após cirurgia.


Uso de Calor *
 
É útil nos casos de osteoartrite, dor devido a espondilartrose, lesões de disco ou outras doença da coluna vertebral, espasmos musculares, e para preservar tecidos, como músculos e tendões para o exercício.

Uso do Frio (Crioterapia)*
 
É útil para diminuir a dor, edema e processo inflamatório após cirurgia e exercícios e reduz o inchaço e dor aguda nos casos de osteoartrite, por exemplo.

*Nunca utilize as técnicas de calor ou frio sem recomendação veterinária, visto que existem contra- indicações para tais casos e tempos superiores ao recomendado podem causar queimaduras.

Ultrassom terapêutico
 
É comumente usado para aquecimento de tecidos profundos para melhorar a extensibilidade dos tecidos conjuntivos, para diminuir a dor e espasmos musculares, e para promover a cicatrização dos tecidos e melhorar a qualidade do tecido cicatricial.
 
No modo contínuo há uma predominância dos efeitos térmicos, sendo utilizado principalmente para aquecimento antes do alongamento do tecido. No modo pulsado os efeitos térmicos são mínimos, mas pode ocorrer uma variedade de efeitos com base na fase de reparação tecidual incluindo aceleração do processo inflamatório, maior proliferação de fibroblastos, resistência a tração etc.
 
É indicado para aumento da temperatura antes do alongamento, diminuição da dor, tratamento de tendinite calcificante e aceleração de processos de cicatrização de feridas em geral.

Laser Terapêutico
 
Os lasers terapêutico emitem, no máximo, 1mW (miliwatt) de energia; portanto, seus efeitos são biomoduladores e não-térmicos. As reações fotoquímicas geradas atuam no metabolismo celular. Podem ser utilizados próximo a fase aguda por não produzirem aumento de temperatura.
 
Suas principais indicações são cicatrização de feridas, tratamento de áreas com inflamação e edema, cicatrização tendínea, alívio da dor, além do tratamento de afecções osteoarticulares e lesões de nervo periférico.


Magnetoterapia
 
Geralmente são utilizados campos magnéticos pulsáteis: onde a forma de energia é obtida através de uma corrente elétrica que passa por um condutor em espiral, criando o campo magnético ao redor.
 
Esta terapia é indicada principalmente para tratamento de fraturas de difícil união (podendo ser usado mesmo na presença de gesso e implantes metálicos), pseudoartrose, artrodese que falharam, osteoartrose, tendinites, periostites, feridas crônicas, dentre outras patologias.
 
Eletroterapia
 
É uma modalidade fisioterápica útil e na maioria das vezes é possível em gatos, na verdade, muitos gatos gostam dessa modalidade. Os seus dois usos mais comuns utiliza a estimulação elétrica para fortalecimento muscular e controle de dor.
 
É indicado para controle de dor, melhoria de espasmos musculares, prevenção de atrofia muscular e fortalecimento muscular em geral.


Exercícios terapêuticos
 
É uma das partes mais importante no processo de reabilitação. O protocolo do programa de reabilitação depende das necessidades de cada paciente e deve assegurar que os exercícios podem ser realizados de forma segura sem o risco de agravar os sintomas. Os exercícios devem ser selecionados de acordo com a fase de reparação tecidual, e portanto, o fisioterapeuta deve entender da patologia subjacente, do progresso esperado e suas considerações biomecâmicas.
 
Geralmente os exercícios terapêuticos tem diversas metas nestas se incluem: melhoria da amplitude de movimento, aumento da massa muscular e força, condicionamento e resistência, uso dos membros, melhoria coordenação e propriocepção e melhora do desempenho e função diária.
 
Os exercícios mais comuns são a movimentação passiva, alongamento, Exercícios isométricos, brincadeiras com laser, brinquedos diversos e petiscos, exercícios de carrinho de mão e de dança.
 

Dentre as patologias mais conhecidas que podem ser recomendadas o emprego da fisioterapia se destacam a osteoartrite, controle da dor em geral (aguda ou crônica), ruptura de ligamento cruzado cranial, luxação de patela, displasia coxofemoral (principalmente nas raças conhecidamente predispostas como o Maine Coon), doença do disco intervertebral (hernia de disco), reabilitação ortopédica e neurológica, não uniões ósseas, cicatrização de feridas, dentre outras. Além disso, a fisioterapia pode ser aliada a exercícios em animais obesos para emagrecimento e usada em animais idosos para melhorar a qualidade de vida.
 
Cabe ressaltar que todo tratamento fisioterápico deve ser feito por profissionais habilitados visando o melhor protocolo para cada caso e observando com atenção as indicações e contra-indicações de cada método. 
Hoje em dia, com o avanço na medicina veterinária e com a crescente especialização dos profissionais podemos dispor aos animais uma maior longevidade e qualidade de vida.